Leis da Natureza

Não me sinto completa

Nem tão pouco deserta

Mas com tanta eficácia

Foi descendo pela falácia

Viva ao corte profundo da montanha

Que lá do vale me deixou ver

A tanta luz que me acompanha

Dor leve de prometer

Cores múltiplas de prazer

No caos da solidão irei conter

As tantas almas desvairadas

Perdidas e queimadas

Tudo girassol  em busca do sol

Como se tudo fosse substancial

A tua busca torna-se crucial

Tudo a correr atrás, na procura eterna

De vida completa e sem vermelho

Tudo com a sua lanterna

Em busca de um som alheio

Em sua mão prudente

Com seu odor influente

Traz um grande ver

De raro amplo ser

Não esperando nunca por sua estrada

De encanto com seu grande solário

Ilusão minha, na rua só e frustrada

Quem me manda chamar o imaginário?

Já basta o barulho ensurdecedor do silêncio

De voz escondida no mar imenso

Tudo retorna ao seu início

Quando se lançava a jogada do bom senso

Suas lágrimas foram desfeitas

Bem sabe a que estão sujeitas

Foram trazidas de marés rejeitadas

Por oceanos de mãos e costas atadas

Abandonadas por correntes

Salvando apenas suas sementes

Mais tarde usadas  de novo

Como suas pertencentes

“Amor ingénuo”

Num surto de perdição emocional

Conheci o mais puro que existe,

Mas não persiste,

Acabou em mal.

Fui ingénuo e fiel gozado,

Não resisti à incompreensão,

 Esgotei o meu coração

E acabei destroçado

 lá corri sem me cansar,

Sorri até doer,

Sublimei tamanha riqueza.

Mas agora está a latejar

Essa dor de morrer.

Oh! que tamanha tristeza.

A recordação

Os velhos já se esqueceram

e os novos não se podem lembrar,

desses tempos tão sofridos,

desses dias perdidos,

em que o homem não podia pensar.

Diz-se agora que é passado

e que Todo o mal por lá ficou,

em ignotas sombras prostrado,

para nunca mais ser lembrado,

todo o sofrimento que o povo passou!

Quem fez sofrer está escondido,

quem sofreu não quer recordar.

e os dias vão mudando,

as coisas piorando.

Será que o passado vai voltar?

Teste


R
ealmente, vivemos muito sombrios.
A inocência é loucura. Uma fonte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.
Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes.

Pois implica silenciar tantos horrores!
Esse que cruza tranquilamente a rua
não poderá jamais ser encontrado
pelos amigos que precisam de ajuda?